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TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TC ou TAC)

Tomografia Computorizada (TC ou TAC)

O que é?
A Tomografia Computorizada (TC) é um meio auxiliar de diagnóstico que usa um equipamento específico de raios-X para obter imagens de diferentes planos do corpo, usando processamento computorizado para mostrar cortes seccionais de determinados tecidos e órgãos.

Como funciona?
Para obter uma TC o paciente é colocado numa mesa que se desloca para o interior de um orifício de cerca de 70 cm de diâmetro. À volta deste encontra-se uma ampola de raios-X num suporte circular designado “gantry”. Do lado oposto da ampola está um recetor de raios-X que processa e transmite essa informação para um sistema computorizado de tratamento da imagem.

Basicamente, uma TC indica a quantidade de radiação absorvida por cada porção da secção corporal analisada, e traduz essas variações numa escala de cinzentos produzindo uma imagem. Como a capacidade de absorção de Raios-X de um tecido está intimamente relacionada com a sua densidade, zonas com diferentes densidades terão diferentes cores, permitindo distingui-las.
Exemplificando: Numa TC ao tórax, será possível distinguir facilmente os pulmões do coração, já que o primeiro é sobretudo aéreo enquanto o segundo é maciço. Da mesma forma, se nos pulmões existir uma massa de maior densidade (como um cancro, por exemplo), ou de menor densidade (como uma caverna tuberculosa), estas serão também distinguíveis, pois possuem níveis de atenuação dos raios-X diferentes do tecido circundante.

Preparação
Deverá usar roupa larga e confortável, evitando peças de vestuário com qualquer acessório de metal. Pode-lhe ser pedido para retirar ganchos do cabelo, acessórios de joalharia, óculos, aparelhos auditivos e qualquer tipo de material dentário removível, dependendo da parte do corpo a examinar. Pode também ser-lhe pedido para não comer ou beber durante 4 ou mais horas antes do exame. As mulheres deverão sempre informar da possibilidade de estarem grávidas.

Realização
O técnico começa por posicioná-lo na mesa de TC. O corpo pode ter de ser suportado por almofadas para o manter imóvel e na posição correta. Ao longo do exame, a mesa move-se lentamente para dentro do orifício (“gantry”). Durante a obtenção das imagens o técnico permanecerá resguardado numa sala contígua, embora esteja sempre em contacto visual e verbal consigo. Durante a realização do exame poderá ser pedida a sua colaboração, como por exemplo suster a respiração durante alguns segundos.
O exame é indolor e não invasivo, demorando geralmente entre 5 e 30 minutos consoante a região do corpo a estudar e o tipo de exame efetuado.

Uma TC por vezes requer a utilização de diferentes materiais de contraste para melhorar a visibilidade de determinados tecidos, órgão ou vasos sanguíneos. O material de contraste pode ser engolido, injetado através de uma veia do braço ou administrado por clister, dependendo do tipo de exame.
Antes de administrar o material de contraste o técnico ou o radiologista perguntar-lhe-á se tem algum tipo de alergia, especialmente a medicação ou a iodo, e se tem história de diabetes, asma, problemas cardíacos, renais ou da tiroide. Estas condições podem indicar um maior risco de reação ao material de contraste ou eventuais problemas na eliminação do material depois do exame. Habitualmente, quando administrado por via intravenosa, poderá surgir uma sensação de calor passageira e de pequena intensidade, bem como um sabor metálico na garganta. No entanto, com a segurança dos materiais de contraste mais recentes, os efeitos adversos são muito raros e podem ser prevenidos.

Benefícios, riscos e limitações
Benefícios:
– contrariamente a outros meios de diagnóstico por imagem, a TC oferece uma visão detalhada de vários tipos de tecidos, incluindo os pulmões, ossos, tecidos moles e vasos sanguíneos;
– é indolor, não invasivo e preciso;
– é um exame rápido e simples. Por exemplo em situações traumáticas, pode revelar hemorragias e lesões internas com rapidez suficiente para salvar vidas;
– diagnósticos feitos por TC podem eliminar a necessidade de recorrer a métodos cirúrgicos de exploração invasiva ou biopsias cirúrgicas;
– pode ser um método útil para guiar biopsias por agulha, tratamentos por radioterapia ou outros métodos minimamente invasivos;
– numa grande variedade de situações tem-se revelado um ótimo exame em termos de custo/benefício.

Riscos:
– A TC envolve a exposição de radiação na forma de raios-X, mas o benefício de um diagnóstico preciso ultrapassa de longe o risco. A dose efetiva de radiação deste procedimento é sensivelmente idêntica à recebida em média por uma pessoa do meio envolvente durante três anos;
– não deve ser usado em mulheres grávidas;
– o risco de reações alérgicas a contrastes iodados é raro, mas os departamentos de radiologia estão bem equipados para lidar com essas situações

Limitações:
– a TC da coluna não é suficientemente consistente em revelar detalhes pormenorizados da espinal medula, fornecendo a RMN informação mais precisa, nomeadamente do estado dos discos intervertebrais e presença de hematomas;
– dificuldade por vezes em identificar algumas fraturas vertebrais que não estão deslocadas;
– tem indicações específicas na abordagem do sistema osteoarticular (como é o caso da determinação das relações patelo-femorais nos joelhos), mas em muitas situações a RMN fornece informação mais precisa;
– é por vezes necessário usar produtos de contraste para tentar obter melhor informação, tornando mais caro o exame e correndo o risco de surgir reações alérgicas,
– não deve ser realizado em grávidas e crianças pequenas não deverão efetuar exames repetidos e só quando absolutamente necessário, sendo por vezes necessário recorrer à sedação para o exame poder ser realizado.

Tipos de exames e áreas visualizadas
Os mais frequentes:
– TAC da cabeça e/ou pescoço (cérebro, ouvidos, seios peri nasais, sela turca, órbitas, faringe, laringe e partes moles do pescoço)
– TAC da coluna (vértebras, discos e canal medular nos diversos segmentos)
– TAC do tórax (pulmões e mediastino)
– TAC do abdómen (fígado, baço, pâncreas, rins, estômago, intestino e cavidade peritoneal)
– TAC pélvico (ginecológico, bexiga e reto)
– TAC osteoarticular (ossos e articulações – membros, anca, bacia, sacroilíacas, cotovelo, ombro, tornozelo, pé, punho e joelhos)
– TAC da arcada dentária (dental-scan)